segunda-feira, 30 de novembro de 2009

viver é uma festa....

"A conduta pode basear-se em rocha sólida ou em pântano alagadiço, mas, depois de certo ponto, pouco me importa aquilo em que ela se baseie. Quando voltei ao Leste, no outono passado, senti que queria que o mundo todo estivesse metido em uniforme e colocado numa espécie de posição de sentido moral permanente; estava farto de excursões turbulentas, com privilegiados relanceares de olhos, ao coração humano. Somente Gatsby, o homem que empresta seu nome a este livro, se achava isento dessa minha reação - Gatsby, que representava tudo aquilo por que sinto natural desdém. Se a personalidade consiste numa série ininterrupta de gestos bem-sucedidos, então é certo que havia nele algo magnífico, uma apurada sensibilidade para as promessas da vida, como se ele tivesse alguma relação com esses intrincados maquinismos que registram terremotos ocorridos a dez mil milhas de distância. Essa sensibilidade nada tinha a ver com essa flácida impressionabilidade dignificada pelo nome de "temperamento criador": era um dom extraordinário de esperança, uma presteza romântica como jamais encontrei em qualquer outra pessoa e que, provavelmente, jamais tornarei a encontrar. Não... Gatsby saiu-se bem, no fim; o que perseguia Gatsby - a abominável poeira que pairava sobre a esteira de seus sonhos - é que fez com que eu perdesse temporariamente o interesse pelas tristezas abortivas e pelas ofegantes alegrias dos homens".

(O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald)



PS: Se fosse vivo, Fitzgerald só dançaria Madonna!

PPS: Dezembro chegando, florido e calorento, com uma penca de (felizes) novidades: Let's celebrate!

Nenhum comentário:

Postar um comentário